SALUBÁ NANÃ !


NANÃ BURUQUÊ



PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DA CANTORA: FABIANA COZZA
     SALUBÁ NANÃ!
                   ( PAULINHO CUÍCA )              17/08/10
NANÃ...NANÃ BURUQUÊ !
É SUPREMACIA...ENTRE OS ORIXÁS
IABÁ MAIS VELHA...
É SABEDORIA...É DE YORUBÁ

SALUBÁ ! NANÃ BURUQUÊ !
SE CURVEM QUANDO ELA CHEGAR
DANÇANDO NINA UM AMADÊ
SEU TOQUE É BEM DEVAGAR
CARREGA AS ERAS EM QUE VIVEU
PRIMEIRA ESPOSA DE OXALÁ

É DOKÚ, DOGBÊ...TEM EXTREMO PODER
NO PORTAL É SENHORA
ELA MORA NO MEIO DO PANTANAL
É CHUVA,É NATUREZA                                  
É RIQUEZA,É POBREZA
REGE A PLANTAÇÃO O IBIRI TRAZ NA MÃO
É O INÍCIO E O FINAL






HISTÓRIA DA MÚSICA:

Eu tinha uma primeira com letra e melodia , que me veio um dia após ver essa Orixá chegar no terreiro, mas no entanto não gostei da melodia e continuei fazendo a letra,daí me lembrei de uma musica minha da qual eu tinha que refazer a letra e quando comecei cantar me veio a ideia de adaptar a melodia dessa antiga música na nova letra para Nanã Buruquê, fiquei surpreso pois parecia que a melodia para esta estava guardada e então confirmei algumas palavras em pesquisas e fiquei feliz em saber que a letra tinha tudo a ver finalizei a musica.

TRADUÇÃO DE PALAVRAS USADAS NA LETRA:

SALUBÁ NANÃ : Saudação a Nanã Buruquê(Buruku),se diferencia de nação pra nação -"Salve a Senhora Mãe de todas as Mães" " Mãe da morte, Saúdo-te"  "Dona do pote da terra"
YORUBÁ: Idioma de uma grande nação africana,cidade da africana 
AMADÊ: Criança 
DOKÙ:   Morte
DOGBÊ: Vida
IBIRÍ: Cetro feito de palitos do dendezeiro,enfeitado com búzios.




DEUSA DA VIDA(Dogbê), DA MORTE ( Dokú) E DO RENASCIMENTO ( Lekô)

Nanã é um orixá feminino de origem daomeana, adotada da África que representa o dogbê (vida) e a doku (morte). Ela acolhe em seu ventre os ghedes (mortos) e os prepara para o leko (renascimento). Essa dualidade é representada por Nanã que personifica os pântanos. É neles que a mistura da água (vida) e da terra (morte), formando a lama, existe um portal entre as dimensões dos vivos e dos mortos. O pântano ou a lama, foi o local escolhido por Nanã para ser sua residência. Entretanto, para haver barro ou lama, tem que haver chuva, Nanã passou também a reger a chuva.

Nanã é conhecida por vários nomes, dependendo da região e do dialeto, mas em Dahomey (hoje Benin) na cidade de Domê onde está localizado seu principal templo, ela é conhecida como Nanã Buruku . Ela está fortemente ligada ao elemento terra e é chamada de "Senhora dos Pântanos", assinalando-a como uma Grande Mãe que é responsável pelo sopro da vida e conseqüentemente a morte.

Nanã sempre conduz os seres humanos com muita seriedade, justiça e determinação. Seus cânticos são súplicas para que a morte seja mantida afastada e que a vida seja preservada.

Sendo a personificação da "lama" ou da "chuva", Nana está sempre no principio de tudo, relacionada ao aspecto da formação das questões humanas , de um indivíduo e sua essência. Ela é relacionada também, freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente, dos atavismos humanos. Está relacionada, ainda, ao uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura (período neolítico).



Nanã é uma Deusa que se inseri no período Neolítico ou até antes dele, onde não existe distinção alguma entre a Deusa que atrai a vida e a que atrai a morte, mas ambas se experimentam como uma unidade, através da Grande Mãe que engloba a totalidade da vida e da morte. A Deusa transforma a experiência da morte em como o renascimento à outra dimensão.

O período Neolítico foi uma fase de descobrimentos e o resultado disso foi uma nova relação com o universo. Foi nesse tempo que a humanidade compreendeu e passou a participar dos misteriosos processos de crescimento. Com a compreensão que certas sementes podiam ser convertidas em trigo e depois transformados em pão, e que certos animais vivendo perto das casas, poderia prover-lhes de leite, carne, surgiu um novo espírito que cooperação consciente entre os seres humanos e seu mundo. A vida do cosmos se converteu em uma história que incluía o homem como um de seus personagens.

Os povos deste período não puderam de realizar uma analogia de suas vidas com as das sementes que, plantadas na terra, incubavam e voltavam a emergir como grão verde ou dourado. Os rituais que evocavam o nascimento, que chorava a morte e que celebravam o renascimento da raiz mostra o quanto era vital essa analogia para a imaginação humana, pois situava a regeneração como o núcleo da vida.
A fonte secreta da vida estava agora escondida nas profundezas da terra (útero da Deusa). Os seres humanos agora nascem dela, se alimentam dela e são acolhidos por ela.
As inumeráveis formas de cerâmica neolítica revelam o alcance imaginativo dos povos, que refletiam sobre o mistério do nascimento associando-o ao mais amplo mistério do nascimento de toda a vida mediante o "Corpo" da Deusa. As imagens da Deusa a mostram como o portal ou umbral através da qual penetra vida ou abandona esse mundo.

Nanã de origem daomeana,  foi incorporada há séculos pela mitologia ioruba, quando o povo nagô conquistou o povo do Dahomey (atual República do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

Nesse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continuou sendo o pai de quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos,. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.

Muitas pesquisas apontam ainda que os iorubas começaram a ter um conceito de Deus Supremo antes inexistente, e que esse conceito pode ser conseqüência da influência dos maometanos do norte da África sobre a população negra mais próxima. Assim Nanã assume, como outros Orixás femininos, o conceito de maternidade como função principal.

É neste contexto, que Nanã apareceria como a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omulu (ou Obaluaê, orixá da varíola) e Oxumarê (orixá do arco-íris).

E teria tido uma filha, Ewá, nascida de uma relação entre Nanã e Oxóssi, ou ainda, entre Nanã e Orunmilá, conforme o mito.


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